Minha experiência como homem trans que não possui essa “passabilidade”, é ter minha identidade de gênero invalidada.
É sofrer a violência de deslegitimarem minha existência, me sentir coagido, de ter que afirmar minha identidade a todo momento.
Não ser respeitado.
O constrangimento é inevitável.
Para pessoas transexuais e negras, como eu, é necessário enfrentar uma dupla exclusão em espaços profissionais que mesmo com todas as conquistas de movimentos sociais, ainda são em suma maioria espaços segregacionistas.
Leia também o texto Se Deus é por nós quem será contra nós.
É preciso levar em consideração que todas as colocações feitas acima referem-se a tentativas de ingressão nos trabalhos subalternizados, onde as condições são normalmente exploradoras e de salários que não suprem demandas básicas.
Quando a questão é trabalhos com melhores estruturas e condições, lidamos com a exigência de formações acadêmicas o que está fora da realidade para uma população que ainda enfrenta evasão escolar.
A necessidade de políticas públicas que atendam a necessidade de um público tão vulnerável é urgente! Entretanto ainda não é visada e nem discutida como deveria ser feito.
Não é só uma luta por acesso, mas por acesso com respeito e dignidade.
Transfobia nenhuma vai nos silenciar.